mercredi 20 janvier 2021

Abrunhosa do Mato


Da aldeia que hoje também é minha 
Mas que de mim muito pouco tem
Vejo um mundo que parece enorme,
Um grão daquilo que o Universo contém. 
Autor: Ana Fernandes
autora: Ana Fernandes

É uma aldeia maior que muitas outras 
Mais pequena do que o nome sugere 
Sinto-me grande e tão pequena 
Nesta aldeia que tão bem me quer. 

Da cidade onde nasci fui para a aldeia 
Da aldeia onde vivi vim para a cidade 
Vivi em vários pontos do mundo 
E de tanto mudar tornei-me vagabundo. 

Gosto de ouvir falar todas as línguas 
Mas onde ouvir falar português 
Não me importa se é cidade ou aldeia
E ali que o meu pequeno ser romanceia 

Se na cidade sou eu que me encontro 
Na aldeia perco até o nome
Sou nora de um nativo, esposa do seu filho 
Pouco importa, serve de trocadilho. 

Naria Radatos
in Letras ao Vento