vendredi 19 février 2021

Ontem, hoje e amanhã

Despida dos sonhos 
Numa numa intempérie sem amanhã
Deixo minhas memórias acordar.
Com elas volto à  minha infância
E vejo-te numa azáfama sem fim, 
O tempo corria e tu também 
O tempo sorria e tu também.
Com uma elegância feminina e rara 
Transformavas a vida num oásis. 
Volto à minha adolescência 
E vejo-te naquela mesma azáfama 
O tempo corria e tu também 
O tempo sorria e tu também 
E com a mesma elegância tão tua 
Agora mais firme e distinta
Fazias da vida um jardim. 
Volto ao tempo da jovem mulher
E vejo teu pensar sempre ocupado 
O tempo sempre a correr e tu também 
O tempo sempre a sorrir e tu também
E com a mesma elegância, então volúvel, 
Desenhavas um mundo revestido de sonhos. 
Volto ao meu tempo de mulher já mãe 
E vejo o teu pensar ocupado mas agora distante
O tempo sempre a correr e o teu pensamento também
O tempo sempre a sorrir e tu a tentares sorrir também 
E com a elegância escondida na doença 
Espalhavas silêncios de dor abafada. 
Volto oito anos atrás 
E imagino-te naquela azáfama 
O tempo sempre a correr e tu a soprares 
O tempo sempre a sorrir e tu também 
E com a tua elegância, agora, celestial 
Vais olhando à distância pelos teus aqui na terra. 
Ontem, hoje e amanhã 
Continuarás a  ser o meu exemplo 
Continuarás a viver em mim, 
Correrei ao lado do tempo 
E com ele tentarei sorrir 
Como tu sempre fizeste, minha mãe. 

Parabéns pelos teus 95 anos. 

Que os anjos façam um festim e que possas dançar a Valsa da Esperança com o teu grande amor. 

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